Veríssimo e James  

Posted by Andrehpa in

A Sonia contou, lá no blog dela, do livro que ganhou do João Miguel e de como ele sabe dar presentes (um elogio e tanto feito pela mais talentosa escolhedora de regalos que eu já conheci).


Mas "Seu" Raimundo e D. Néia, meus sogros, mandaram um pacote de Natal para a gente que, também, é um assombro no quesito "presente certo para a pessoa certa": Para a Dê, "The Portrait of a Lady" do Henry James, uma daquelas edições bonitas, pequenininha, pesada, papel bíblia, parece algo que você teria nas mãos no século XIX. Ela fica aqui acarinhando o livro e acho que ler o dito cujo vai ser só um detalhe.



Para mim, mandaram o livro novo do Veríssimo, "Os Espiões". Devorei, rindo e me emocionando com o talento do sujeito (que só não é o grande cerumano de nosso tempo por ser um petista roxo, e ainda achar que há justificativas para isso, mas deixa prá lá).

E fiquei me lembrando do meu tio Zé, que não se conforma com o fato de que o Gabriel Garcia Marques não ter conhecido nossa família no interior de Minas e não pode escrever uma grande obra de realismo fantástico baseado nas histórias malucas vividas pelos Amarais, Vales e agregados.

Tio, vai ler esse livro. Tá certo que grande parte dele se passa em uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul, mas tá lá nossa Barbacena e nossa Carandaí, direitinho.
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"... a igreja matriz costuma encher aos sábados à tarde, que é quando o padre Bruno ouve confissões. A maioria não vai para se confessar, vai para ouvir as confissões dos outros. Como padre Bruno é surdo, os fiéis são obrigados a gritar seus pecados, e não é raro um murmúrio percorrer a platéia quando um pecado surpreendente emanda do confessionário, depois de um "Hein?" do padre Bruno.
- Tive pensamentos impuros com o Arlindo, padre.
- Hein?
- Tive pensamentos impuros com o Arlindo!
- Quem?
..."

This entry was posted on 4 de jan. de 2010 at segunda-feira, janeiro 04, 2010 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

7 pitacos

Ai... estes mimos são tão ricos e deliciosos, néam?!?
Eu ganhei de amigo oculto da turminha o "The Animal Farm" do Orwell... amei!
E falando nos livrinhos das Brontës que a Dê me mandou... acabei de ler Jane Eyre ontem... Ai, ai[*suspiros*]... amei tanto, tanto cada página!
Primeiro que aquela edição "bíblica" de luxo, em inglês do século 16 por si só já é um presente né?!?
Sem falar que eu lembrava do filme o tempo todo (ai o William Hurt olhando daquele jeito pra Charlotte Gainsbourg)... e me deliciava com as expressões do inglês do século 18...
Tão gostoso!

4 de janeiro de 2010 às 13:03

Dois presentes lindos...! tipo de leitura que a gente devora numa "sentada", né?!
Essas edições são lindas, mesmo. Dei pra uma amiga minha e ela babou!
Beijossssssssssss

4 de janeiro de 2010 às 17:43

ei...!! não sei o que aconteceu!!! Bru Cury é a filha de João Miguel!!! rsrsrs

4 de janeiro de 2010 às 17:45

eu que escrevi o comentário e apareceu o nome dela....

5 de janeiro de 2010 às 03:31

eu me lembro, ainda estudante em Belzonte, de uma restauradora que me emprestou uma 1a. Edição de um livro do Machado de Assis. A capa em couro de verdade, o papel pesado, o ouro das bordas. O livro "pesava" nas mãos, uma delícia. Pena que tive que devolver... rs...

O Veríssimo é uma delícia, devoramos logo (o final é meio anticlimático, acho que ele ficou com preguiça de elaborar mais, mas é bom mesmo assim). O Retrato está sendo "cozinhado" para ser lido com a calma que merece...

10 de janeiro de 2010 às 11:07

Agora vc me levou para um passeio nostálgico e melancólico pela memory lane!
Lá na Cultura tinhamos algumas obras raras da literatura inglesa.
Uma delas era minha paixão: uma edição de Alice de 1979. Apesar de nova era considerada por nós como 'rara' pois era uma edição de luxo, numerada manualmente, com capa de couro vinho, lombada dourada, papel couche, e ilustrações originais! Eu li Alice pela primeira vez neste exemplar!
Às vezes fico pensando tristemente no que foi feito dele...

11 de janeiro de 2010 às 11:53

não me fala daquela biblioteca!!
O arrependimento que me bate de não ter pegado alguns livros "emprestados" antes de fechar...

11 de janeiro de 2010 às 14:07

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