O verdadeiro George Clooney  

Posted by Max Amaral. in ,

Texto escrito por Luis Fernando Verissimo, e publicado n'O Globo de hoje.
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Longe de mim querer difamar alguém, mas acho que no caso do George Clooney o que está em jogo é a autoestima da nossa espécie, os homens que não são George Clooney. Todas as nossas qualidades e todos os nossos atributos, físicos e intelectuais, desaparecem na comparação com o George Clooney. As mulheres não escondem sua adoração pelo George Clooney. O próprio George Clooney nada faz para diminuir a idolatria e nos dar uma chance. Fica cada vez mais adorável, cada vez mais George Clooney. E se aproxima da perfeição. É bonito. É charmoso. É rico. É bom ator. Faz bons filmes. Está envolvido com as melhores causas. E que dentes! Não temos defesa contra esse massacre. Só nos resta a calúnia.

Os dentes são falsos. Ali onde elas veem pomos da face irresistíveis e um queixo decidido, há, obviamente, botox. Ele tem pernas finas e desvio no septo. É solteiro, portanto, claro, gay. Tem casa num dos lagos italianos, o que já é suspeito, e dizem que anda pelos seus chãos de mármore depois do banho de espuma vestindo um longo caftã bordado e sendo borrifado com perfumes florais pelo seu amante filipino Tongo, enquanto seu amante italiano, Rocco, prepara a salada de rúcula completamente nu. George Clooney bate na mãe todas as quintas-feiras. É extremamente burro. Só leu um livro até hoje e não lembra se foi O Pequeno Príncipe ou O Grande Gatsby. Nos filmes em que faz personagens mais reflexivos, contratam um dublê para as cenas dele pensando. Foi ele que propôs a demolição da Torre Eiffel porque já era mais que evidente que não encontrariam petróleo no local. E sua sovinice é lendária. Levou nadadeiras quando visitou Veneza, para não gastar com táxi.

É notório, em Hollywood, o mau hálito do George Clooney. Quando ele fala em algum evento público, as primeiras três fileiras do auditório sempre ficam vazias. Atrizes obrigadas a trabalhar com ele têm direito a um adicional por insalubridade, em dobro se houver cenas de beijo. Outra coisa: a asa. Não adiantam as imersões em espuma na sua banheira em forma de cisne, nem os perfumes florais borrifados, o cheiro persiste. Sabem que George Clooney e suas exilas se aproximam a metros de distância, e muita gente aproveita o aviso para fugir.

Além de tudo, tem seborreia e é Republicano.

Passe adiante.

This entry was posted on 28 de jan. de 2010 at quinta-feira, janeiro 28, 2010 and is filed under , . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

3 pitacos

Quem tem um João Miguel não precisa de George Clooney!!! kkkkkk
Beijosssssssssss

28 de janeiro de 2010 às 18:28

Não intendi?!?
(vide manifestações anteriores ao Viggo)

29 de janeiro de 2010 às 09:40
Anônimo  

hahaha, show! Veríssimo é mesmo tudo de bom. E George, claro, é casa, comida, roupa lavada, uns tapas de vez em quando, e eu ainda pago a terapia. Sorry, guys, you don't stand a chance... :-)

Mas cheguei aqui pelas mãos - ou melhor, emails - do Jota, que pra mim é sempre o Jay. E adorei. E favoritei. Como diria o ator-dublê-de-governador Arnold, 'I'll be back!'

Abraço,
Mônica

30 de janeiro de 2010 às 14:07

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