"... me lembrava das noites que passava em claro, lendo obsessivamente, como um devoto, com a lâmpada acesa sob a coberta quando minha mãe me mandava parar para dormir, e das minhas próprias fantasias de ser escritor, fazer livros, pertencer à confraria dos que urdiam aquelas maravilhas. O Dubin dizia que a má literatura é a literatura em estado puro, intocada por distrações como estilo, invenção, graça ou significado, reduzida apenas ao ímpeto de escrever, à magnífica compulsão. [...] Todos nós merecíamos pertencer à irmandade dos que escrevem, só por querer. Era admirável aquela necessidade de escrever, com ou sem talento, fosse para abrir um coração ferido antes de fechá-lo para sempre... ou para bobagens como "Astrologia e Amor", do Fulvio Edmar..."
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Luis Fernando Veríssimo, in Os Espiões (Ed. Alfaguara).
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on 4 de jan. de 2010
at segunda-feira, janeiro 04, 2010
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Livros
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