A Dê ia saindo para o supermercado e começou a procurar a bichinha antes de sair.
E nada de achar.
Foi no subsolo. E começou a escutar ela chorando.
Quando se deu conta, viu que o choro estava vindo de dentro do aquecedor.
A grelha da tubulação que tem no chão da cozinha estava suja, e eu tirei para limpar.
Ela entrou pela tubulação, igual personagem de desenho animado, e foi parar dentro da fornalha. E não conseguia mais sair.
A Dê correu e desligou o aquecimento. Se não faz isso, na próxima vez que ele ligasse, automaticamente, ela iria ser queimada.
Eu comecei a procurar alguma abertura, alguma forma de chegar até ela, mas não via nenhuma. E ela parou de responder aos nossos chamados. A Dê entrou em pânico aí, e não parava mais de chorar.
Tentei achar uma companhia que trabalhasse com aquecedores, mas o timing foi preciso: sábado, final de tarde, depois de um feriado. Nenhuma firma funcionando. Por fim, achei uma que atende emergências, mas o cabra só poderia chegar aqui depois de 4 ou 5 horas. A mulher no telefone me recomendou chamar os bombeiros, e foi o que eu fiz.
Chegaram em menos de 5 minutos. Um caminhão enorme, só faltava virem com sirenes e luzes. 6 sujeitos - completamente vestidos para retirar sobreviventes de dentro do World Trade Center durante o desabamento - entram e vão para o porão. Nos dão um documento para assinar, em que autorizamos eles a demolirem a casa.
Não foi preciso chegar a tanto. Eles só desmontaram a fornalha. E a Joey saiu lá de dentro, toda suja e assustada.
Agora, estamos só esperando o tal técnico da empresa especializada vir aqui remontar a fornalha, enquanto a temperatura dentro de casa cai. Vamos ver quanto vai custar a brincadeira.