Erica querida, venha mesmo, por favor.
É mundo grande, fresco e lindo
(Mas Wilde estava tinindo,
o elenco é um terror)
É um mundo bom e colorido,
cheio de flocos de algodão
É um mundo escuro e abafado
Idiotas na contramão
Temos sombra, luz e fúria,
como disse uma cara aí
E fatos científicos, sem lamúria:
Lobisomem, mula-sem-cabeça e saci
Algumas pessoas serão agradáveis,
Algumas você irá odiar
Algumas músicas são adoráveis,
Outras, são de amargar
Tem coca-cola, jabuticaba,
Bach, Verissimos, Chico e Jobim
Tem canetinhas, tem limonada
E Monsieur Poirot, um filmim
Tem tomates, ricota, alfajor
A cor roxa, caderno novo, cachorrinhos
Melville, cheiro de gasolina, amor
e uma porção de gatinhos
Chore no banho, cometa poemas
Crie um peixinho, aprenda balé
Fuja com o circo, colecione problemas
(nunca beije tocadores de oboé)
Você vai ver coisas incríveis
Vai realizar tanto, vai ser capaz de amar
Vai ver pores do sol, chuvas terríveis
E por favor, aprenda a cantar
Dores vão paralisá-la, meu coração
Mas você vai aprender a lidar com isso
Algumas alegrias vão cortar sua respiração
(cuidado com amores alérgicos a compromisso)
Brinque, transgrida, estude,
Use chapéus engraçados e um brinco no nariz
Quando for necessário, mude
Outros caminhos, nova diretriz
Um dia, farta de tudo
E do mundo ser como é
Pegue o VISA do papai sortudo
e vá a Xangai, só pra ver qualé
Sinta frio de repente
Sinta saudade apertada
Vá perdendo o telefone
de quem ama uma hora marcada
E bem velhinha e grisalha,
dona de seu destino
tenha certezas enormes,
mantenha o medo pequenino
Veja as fotos antigas
Invente seu próprio passado
Faça a trilha das formigas
Arrume um novo namorado
Tenha um baú de tesouros
com fotos do Bobby Goren
Diga “Que homem formoso
Onde quer que seus ossos agora morem”
Pense em tudo que se foi
E dê-se conta num repente
“Tia Fal é quem tinha razão,
Não se fazem mais homens como antigamente.”
Tia Fal Azevedo, fazendo a gente chorar.
Nem to sabendo
Há uma semana