Volto para o hospital e descubro onde é o CTI.
E aí começam a explicar as coisas: durante o parto, colocaram uma sonda na Dê para coletar urina. E a urina saiu da cor de coca-cola.
E ela começou a ficar amarela.
E os pulmões não estavam funcionando direito.
Ou seja, sem mais nem menos, havia falhas nos rins, no fígado e nos pulmões, além de problemas com as plaquetas do sangue. E pressão alta, completamente descontrolada.
Diagnóstico: Pré eclampsia, HELLP Sindrome (I) e um puta azar.
Além disso (sim, tem "além disso". Pensa que está falando com amadores?), a Dê tem um mioma no útero que foi monitorado até a 28 semana, sem mostrar nenhum crescimento. Pois esse negócio cresceu absurdamente nas últimas semanas de gestação, e estava do tamanho de uma laranja bem grande, e bem junto ao cervix. Nem se quisesse a Erica sairia por ali em um parto natural. Aliás, esse era o motivo de ela ter passado grande parte da gravidez de cabeça para baixo mas nunca ter "encaixado".
Falando em Erica, ela estava boa feito um côco: apesar de miudinha, extremamente saudável, alerta, comilona. As enfermeiras no berçario a apelidaram de "little peanut" (amendoinzinho), e a trataram super bem. Além disso, acho que ficaram com pena daquele pai ali, mais perdido que cachorro que caiu de caminhão de mudança.
Então, era esse o quadro: a Dê no CTI, eu com a Erica no quarto e, quando eu precisava fazer algo, a deixava no berçário. Mamando fórmula (leite artificial) em mamadeiras, depois de ter nascido de uma cesareana de emergência, com médicos desconhecidos, sem ter contato nenhum com a mãe.
Nem o pesadelo mais amedrontador da Denise foi tão longe.
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on 3 de set. de 2010
at sexta-feira, setembro 03, 2010
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Família
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