Bão, tenho que começar contando de onde vieram as idéias:
.
1. Todos os anos, o presidente Americano faz um discurso no Congresso explicando o que foi feito e o que ele ainda pretende fazer. Isso é chamado o "discurso do Estado da União" e, esse ano, eu vi uma interessante análise do dito cujo feito pela ótima Rachel Maddows, da MSNBC. Ela chamava a atenção para o fato de que a política americana, como um todo, está indo cada vez mais para a direita - os malucos do Tea Party na extrema direita, os Republicanos adotando discursos cada vez mais conservadores para não perder espaço para o Tea Party, os Democratas indo para o centro para ocupar o espaço deixado pelos Republicanos e... ninguém está cuidando da lojinha na esquerda. Segundo a Rachel, não haveria hoje um movimento progressista equivalente ao Tea Party aqui na Gringolândia.
.
2. Eu já contei aqui sobre o fórum sobre maternidade que a Denise frequenta e trolla. As discussões lá são bem boas - tem uma rolando agora sobre o direito ao aborto que está pegando fogo, e é assustador quando aparecem algumas mulheres conservadoras, usando a bandeira dos pro-life, para pregar que o lugar da mulher é mesmo na cozinha, e que nunca deveria ter saído de lá. Controle de natalidade é abstinência, toda gravidez - inclusive as geradas por estupro ou aquelas onde a mãe corre risco de vida - tem que ser levada até o final e, no caso de o aborto ser mesmo consentido, se o pai é contra a mulher deveria ser proibida de fazê-lo. Coisas assim.
.
3. Eu ainda não sei como aconteceu, mas sábado passado a Erica deu uma folga, e eu consegui ligar a televisão pela primeira vez em sei lá quanto tempo. E estava passando uma maratona de Glee, aquele seriado que mostra a melhor escola do mundo - os alunos só vão lá para:
a. jogar futebol americano;
b. treinar para serem cheerleaders (as moçoilas não tiram as roupitchas nem para ir a um jantar formal, é impressionante) e
c. cantar e dançar em mega produções de dar inveja a qualquer uma da Broadway (e olha que isso em um país que está cortando todas as verbas para artes em escolas, olha que tristeza).
Mas, enfim. Estava passando Glee e eu comecei a assistir, como quem não quer nada. E fui fisgado. Os números musicais são sensacionais, e eu adoro essas reinvenções de músicas, como a Roxane do The Police que vira o Tango de Roxane no filme Moulin Rouge. Ou, no caso específico de Glee, a outra maneira de se encarar I Wanna Hold your Hand, dos Beatles, que virou uma linda canção de amor do filho pelo pai (que estava em coma no hospital). E, além das músicas e dos pobremas pelos quais os adolescente passam normalmente, há uma trama muito bem conduzida sobre Kurt, o garoto abertamente homossexual e o bullying que ele sofre pelos machões do time de futebol americano da escola (um dos quais o beija, e depois ameaça matá-lo se ele contar para alguém).
.
Enfim, não sei como, eu juntei essas coisas todas na cabeça e saí com uma teoria bem rasteira, mas que acho que merece ser desenvolvida: para preencher aquele "buraco" na esquerda, o movimento que seria o contraponto ao Tea Party, não é preciso inventar nada. Já existe: é a causa das minorias, incluindo aí os direitos das mulheres, dos gays e dos negros.
Justamente as maiores vítimas dos conservadores.
Tá bom, eu disse que é uma idéia rasteira e que ainda tem que ser desenvolvida, mas não é alguma coisa?
.
Bom, mas se nada de bom sair disso, pelo menos dá para se divertir com as belas músicas de Glee, como essa, com o já citado garoto gay. Eu achei duca!
.
This entry was posted
on 9 de fev. de 2011
at quarta-feira, fevereiro 09, 2011
and is filed under
Politicagem,
Televisão,
youtube
. You can follow any responses to this entry through the
comments feed
.