Plantão Médico  

Posted by Max Amaral. in

Erica, tadinha...


Para quem ainda não sabe: na sexta feira, dia 21, eu levei a Erica para tomar vacina. No sábado, ela apareceu com uma febrezinha. No domingo, a febre aumentou e vimos algo estranho: as mãos e os pés dela ficaram azulados quando fomos dar um banho para abaixar a febre, e a água nem estava fria. Segunda feira, 4 da manhã, febrão e ela voltou a ter os pés e as mãos azulados, e começou a tremer. Corremos para um hospital pediátrico mas, logo que saímos de casa, a Denise viu que ela estava ficando com o rosto azul também, e estava com dificuldade para respirar. Na pressa, corremos para a emergência do hospital mais perto aqui de casa, e ela entrou direto lá.

Bão, emergência de hospital americano, né: quando eu dei por mim, tinha 6 médicos/residentes/enfermeiros se debruçando sobre ela (um deles índio, olha que chique: Joe Black Wolf). Todos treinadíssimos em emergências, facadas, tiros, atropelamentos, essas coisas. Nenhum fazia a menor idéia do que fazer com uma garotinha de 5 meses de idade. Tentaram 9 (nove!!) vezes pegar uma veia dela para colocar soro, e nada. O médico chefe queria fazer punção lombar, fizeram radiografias, acho que até operação de amídalas consideraram. Mas conseguiram dar oxigênio e ela, aparentemente, ficou bem.

Resolveram nos transferir para um quarto da pediatria. Chegamos lá, duas enfermeiras com cara de burras brincaram com ela, viram que ela não estava com febre e foram cuidar das suas respectivas vidas. O problema é que, segundos após elas sairem do quarto, a Erica começou de novo a tremer, e a ficar azul, e a ter febre, e a não respirar direito. Chamamos as enfermeiras, que não acreditaram no que estávamos falando, e demoraram bagarai para vir checar. Chamaram a pediatra de plantão*. Ela tinha saído para almoçar, acho que nem ia voltar mais. As enfermeiras entraram em pânico e acionaram um código qualquer de emergência do hospital, o que fez com que o quarto se enchesse de médicos, residentes, enfermeiro(a)s, faxineiros, administradores, policiais e outros curiosos. Nenhum deles fazia a menor idéia de como agir com crianças.

A Erica chorava desesperadamente. O coração dela disparou, chegou a 242 batimentos por minuto, os médicos começaram a ter medo de que ele não iria aguentar o tranco. A Dê se agarrou com ela e começou a cantar no ouvido dela, tentando acalmá-la. Com muito esforço, conseguiram estabilizar o quadro e, depois que todo mundo saiu (juro, cheguei a contar 12 pessoas em volta dela de uma só vez) e ela se acalmou, veio uma ambulância para levá-la para outro hospital, onde havia uma UTI pediátrica (coincidentemente, o mesmo hospital onde ela nasceu).

O nível era outro. As enfermeiras e os médicos passavam direitinho a idéia de que sabiam o que estavam fazendo. Nos sentimos um pouco mais tranquilos pela primeira vez desde as 4 da manhã.
O resumo da ópera foi o seguinte: ela teve uma infecção urinária brava. Com a reação à vacina que tomou na sexta feira, o corpo teve que lutar com mais do que dava conta e, aparentemente, alguma bactéria chegou a entrar na corrente sanguínea, o que explica a cor azul e a tremedeira. Mas tomou os antibióticos (ainda está tomando, na verdade) e já está boa feito um côco, falando mais que pobre na chuva e tentando pegar o rabo do O'Malley.

Tivemos que ficar na UTI segunda e terça feira, mas à noite já fomos para um quarto comum. Na quarta feira, alta. Não voltou a ter febre desde segunda e já está normalzinha de novo, rindo, conversando e tentando fazer coisas que ainda não sabe, como mexer no computador ou andar.

Na verdade, não está tão normalzinha assim, não: está comendo feito uma desesperada, acho que vem mais uma onda de crescimento por aí. Começamos a dar comida para ela - banana, maçã, batata doce - e ela berra entre uma colherada e outra, impaciente pela demora de ter mais comida na boca.

Ou seja, temos nossa menininha de volta.

Mas, putz! Ela passar exatamente pela mesma coisa (infecção urinária brava que manda para a UTI) que o Henrique passou quando tinha 4 meses de idade é uma coincidência muito cruel...
* Denise acabou de me ligar: a pediatra de plantão do primeiro hospital, que nem estava lá quando a Erica passava mal, e que no máximo assinou papéis para que ela fosse transferida para a UTI de outro hospital, acabou de apresentar uma conta de US$ 1.019,00. Advinha se não vai ter briga...

This entry was posted on 31 de jan. de 2011 at segunda-feira, janeiro 31, 2011 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

5 pitacos

Aff... nem me fale deste susto!

Comequié?!? US$ 1.019,00?!?!
Ah, mas briga mesmo!!!!

xro no6 tudim!

2 de fevereiro de 2011 às 08:57

As contas estão chegando com força...
Depois que chegarem todas, eu posto aqui... mas já estamos em USD 30,000.00, mais ou menos...

3 de fevereiro de 2011 às 13:40
Anônimo  

Menino, que sufoco! Mas que bom que a Erica está bem. Agora é partir pra briga com o hospital mesmo, ondé que já se viu uma coisa dessas? Briga mesmo, porrada porrada. E vale dedo no olho e chute no saco, como diz o meu irmão.
abraço
Mônica

3 de fevereiro de 2011 às 19:47

Que susto, hein, Max?! Ainda bem que passou! ufa!
Beijo,
sonia.

4 de fevereiro de 2011 às 03:57

passou o susto, as contas não param de chegar, e ela não para de querer comer...
tudo como d'antes...

9 de fevereiro de 2011 às 12:13

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